Na literatura médica, é muito comum vermos procedimentos de deterioração de um tecido, para estimular o corpo a fortalecer esse tecido. 

 

É essa a lógica do crosslinking. É um tratamento para o ceratocone capaz de aumentar a rigidez da córnea em até 329%!

 

Para quem está chegando agora e perdeu o junho violeta, cujo tema é o ceratocone, explico. Esta é uma doença caracterizada pela diminuição progressiva da espessura da córnea, fazendo com que ela fique mais côncava. Muitas vezes, se detectada precocemente, a visão pode ser facilmente corrigida através de óculos. Mas em estágios avançados, a visão pode ficar gravemente deteriorada e o transplante de córnea ser necessário. 

 

Entretanto, com seus primeiros resultados publicados em 1998, o dr. Theo Seiler, MD, PhD (Zurique, Suíça) teve a ideia de usar a irradiação de moléculas de riboflavina por meio de luz UVA, deteriorando o tecido da córnea. O que estimula o corpo a produzir mais ligações de colágeno, aumentando a rigidez desse tecido. 

 

Este é um método, chamado de Crosslinking, aprovado pelo Conselho Federal de Medicina, que reconhece sua eficiência para reduzir os efeitos do ceratocone, o que evita muitos casos de transplante córnea.

 

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